Por Carlos Francisco Valverde
Carlos Francisco Valverde (foto) é empresário da área imobiliária, escritor, poeta da escola de Drummond, fiel a escrita e poesia desde sua juventude. Tem publicações em edições literárias em 90 e 91, onde teve sua fase mais dedicada a poesia. As poesias são marcadas pelo modo em que são escritas. Abordam temas que variam, porém expressam sentimentos em palavras independentes de qualquer estilo literário, mas ligados a um poder interior que prendem a atenção e despertam os sentimentos adormecidos.
Escreve também frases e reflexões sobre temas e sentimentos humanos que representam momentos onde a dúvida e a vivência manifestam a sua cultura extraída dos momentos da própria vida.
Suas poesias nos levam a fazer uma retrospectiva de um período de vida que tivemos e ainda conservamos dentro de nós, mantidos pela crença do amor e sufocado pelas circunstâncias da vida.
Tem artigos profissionais publicados em revistas e jornais do setor imobiliário e de habitação no país, tendo sido palestrantes em congressos nacionais e internacionais sobre os temas da política habitacional e imobiliária e atua no mercado imobiliário internacional. Temas de algumas das poesias.
A poesia a seguir, trata-se de uma homenagem a Carlos Drummond de Andrade quando do seu desligamento da terra. Além disso, ela transmite numa despedida, a reflexão de que mesmo sendo ateu, agora conheceria a fé que tinha sem dela conhecer.
TCHAU POETA QUERIDO...
Tchau poeta querido...
Tchau poeta querido,sentimento futuro
Que baixou á terra,à raiz e a seu berço
Que coletou experiências e se fez maduro
Imerso no universo de seu terço.
Tchau poeta querido,que eu mereço
No rastro do seu terço,debulho as contas e os acertos
Das palavras,do som e da sinfonia de seus textos
Imerso no fundo de suas poesias.
Mistério que arrebata a pureza do seu ser
Te eleva do sorriso ao choro
Tirando-lhe as pedras no meio do caminho do seu ter
Levando consigo – E agora José? – ouve-se em coro
Mas não te preocupas ó meu doce poeta
Porque a brisa do saber ultrapassa as montanhas
E por si só se explica a saber
A fé que voce tinha sem dela conhecer
No tabuleiro das rimas, sem ordem e conexas
O simples som das suas palavras
Expressam o seu tom harmonioso
Que sem rimas,e regras, o torna grandioso
Ó poeta que se diz menor,sendo o maior de todos!
E por tudo, isso se explica a saber
Mesmo sem crucifixo e paramento
O seu grande amor, na filha, na musa,- e no grande.Ser
Que agora na paz lhe mostra o futuro sentimento
Tchau poeta querido....
Carlos Francisco Valverde
(Poesia publicada na edição Novos Poetas 1991 – Shogun Arte Editora – RJ)
MENINÃO - Esta poesia nasceu da reflexão sobre a educação que procuramos transmitir ao primeiro filho (primeiro teste de pai), dentro do conceito de diálogo e respeito aos limites da expressão, liberdade e humildade.
MENINÃO
De jeito matreiro e sorridente
Serelepe ausculteiro
Chega de mansinho na gente
Para falar por inteiro
Conversa séria é conversa séria
Só que a gente se repete...
O que para ele é pouca miséria
Para os outros pinta os sete
Carinhoso e obediente-“ele me entende”
-saber ser-
Sente a bronca se achegar
Sente na pele o tremer
Mesmo assim, ao pai sabe desarmar.
Debate, discute, admite...
Graças a Deus, nele pude imprimir
O respeito ao seu limite
Na humildade de se redimir.
Carlos Francisco Valverde
AI QUE SAUDADE QUE EU TENHO –nos leva ao passado num mundo de criança e jovem que deixamos atrás. Essa, é bom sentar na rede e ouvir o mar e a areia sussurrar.
AI QUE SAUDADE QUE EU TENHO
Ai que saudade que tenho
Que me pegues no colo me embale, me beije
Ai que saudade que eu tenho do cafuné, do balanço
Do sonho no berço do descanso
Ai que saudade que eu tenho
Do arranho nas costas, murmúrios nos ouvidos a sós
Ai que saudade que eu tenho dos tempos de nós
Onde o tempo era só para nós
Ai que saudade que eu tenho...
Carlos Francisco Valverde
AMOR CHEIO -Publicada no livro Momentos Eróticos 1991 – edições Jotanesi.
Divulgação da moderna poesia erótica brasileira.
AMOR CHEIO
Carlos Francisco Valverde
Amor cheio tem que ser guloso
Tem que ser gordo e lento
Também tem que ser gostoso
Insaciável até onde aguento
Amor cheio tem que ser como fonte
Nunca esgota, está sempre novo
Cheira flor e cheira fruta do conde
Mistura dor com amor, tudo de novo
Amor cheio tem que ser suave
Desliza e embriaga
Não tem idade que o entrave
Muda de cor, não se apaga.
Carlos Francisco Valverde
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